Dois projetos, muitas ponderações

Ainda em 2016, a prefeitura de Curitiba consultou o mercado sobre novos projetos de mobilidade urbana. A equipe técnica que avaliou as propostas aprovou dois deles. Mas fez uma série de ressalvas, que indicam uma série de adequações que seriam necessárias para tirar as ideias do papel. Entenda:

ônibus elétrico CIVI

CIVI

Autores da proposta

Volvo Nórdica, Cerbe Engenharia e Associação Metrocard

Ônibus veículo leve sobre trilhos

VLP

Autores da proposta

JMaluceli Construtora, M4 Consultoria e Pontoon Participações

Resumo da proposta


É a "evolução do BRT". Os atuais ônibus, movidos à diesel, seriam substituídos por elétricos híbridos, mais silenciosos e confortáveis e menos poluentes. Todo o sistema é conectado por fibra ótica, com informações em tempo real. No traçado principal há previsão de um trecho em sub-solo, entre as praças Osvaldo Cruz e do Japão.

Resumo da proposta

Propõe colocar Veículos Leves sobre Pneus (VLP) nas canaletas do transporte coletivo. Os veículos são como bondes modernos, em que os pneus correm sobre os trilhos. Isto permite que eles sejam longos e finos, o que permite dois veículos trafegando em cada sentido, ao mesmo tempo. A entrada é no nível da rua, e não elevada.

Principal traçado sugerido

Atual linha Santa Cândida / Capão Raso

Principal Traçado sugerido

Atual linha Boqueirão (Ligeirão e biarticulado)


Viabilidade financeira


Cálculo da tarifa não levou em conta queda de passageiros nem isenções. O que poderia encarecer o projeto original e exigir até R$ 274 milhões de aporte público anual, para cinco linhas. Processo de implantação prevê R$ 51 mi de dinheiro público, para os cinco trajetos.

Resposta dos autores:
Cálculo da tarifa utilizado pela comissão está errado. Foram considerados os passageiros pagantes, com base na demanda atual do sistema, levando em conta crescimento previsto pelo IBGE. Não há necessidade de nenhum aporte público.


Viabilidade financeira

Cálculo da tarifa não levou em conta queda de passageiros nem isenções. O que deve encarecer a operação e exigir R$ 97 milhões de aporte público, por ano. Isto em apenas uma linha (a única detalhada). Além disso, a previsão é de que a implantação vai exigir R$ 631 milhões do poder público, apenas nesta linha.

Resposta dos autores:
Política tarifária deve ser definida pelo poder público. Financiamento não deve vir apenas da tarifa


Operação simultânea


Projeto prevê operação simultânea com o BRT atual, na fase de transição. Mas cada carro precisa de uma estação diferente. O custo de ter estações paralelas não foi levado em conta.

Resposta dos autores:
Não há custos com operação simultânea, já que todas são todas compatíveis, com o mesmo tamanho e altura das atuais. Não há necessidade de substituição. Todos os custos do processo de transição foram considerados


Operação simultânea

Prevê operação simultânea, mesmo depois de instalado o VLP. Mas propõe alteração no tamanho da via, o que tornaria inviável que os ônibus passassem por ali. Além disso, propõe que cada modal opera em uma estação diferente, o que pode causar transtornos para os usuários e lentidão no sistema.

Resposta dos autores:
Projeto ideal para substituir o BRT e futuros eixos, além de poder substituir os ligeirinhos


Detalhas técnicos


Carece de uma série de detalhamentos técnicos que, quando concluídos, podem encarecer o projeto original. Um exemplo é a construção de um túnel no Centro da cidade, que não apresentou projetos de topografia, terraplanagem e sondagem dos locais propostos.

Resposta dos autores:
Detalhamentos de acordo com requisitos da PMI, demais são desenvolvidos na licitação


Detalhes técnicos

Carece de uma série de detalhamentos técnicos que, quando concluídos, podem encarecer o projeto original. Caso da infraestrutura de energia elétrica, que é fundamental para levar eletricidade até as catenárias, por onde os veículos vão correr.

Resposta dos autores:
Todos os custos foram considerados no sistema de subestações de tração


Novos eixos


Não é um projeto interessante para substituir as linhas atuais de BRT. Mas pode ser aproveitado em novos traçados, avalia a comissão. Por exemplo a integração com Araucária, com Pinhais (Victor Ferreira do Amaral), o corredor Cabral Cachoeira e a Linha Verde (sentidos Colombo e Fazenda Rio Grande)

Resposta dos autores:
Serve tanto para modernizar os atuais, quanto para os futuros


Novos eixos

Não é um projeto interessante para substituir as linhas atuais de BRT. Mas pode ser aproveitado em novos traçados, avalia a comissão. Por exemplo a integração com Araucária, com Pinhais (Victor Ferreira do Amaral) e a Linha Verde (sentidos Colombo e Fazenda Rio Grande).

Resposta dos autores:
Moderniza o BRT, estagnado há mais de uma década. Conforto e eficiência pode atrair novos passageiros

Possíveis novos traçados de integração

Veja imagens do projeto CIVI

Projeto BRT ônibus elétrico

Vista da via ampliada e tubo

Projeto BRT ônibus elétrico

Interior do tubo

Projeto BRT ônibus elétrico

Saída do túnel

Projeto BRT ônibus elétrico

Estação no interior do túnel

Projeto BRT ônibus elétrico tubo

Interior do túnel

Fonte: PMI (Pesquisa de manifestação de interesse) de Eletromobilidade. Infografia: Gazeta do Povo.